por Myra Soarys              Estamos na arquibancada, posso dizer que somos muitos, não sei seus endereços ao certo nem seus nomes,...

Eu faço parte do circo

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por Myra Soarys
     
       Estamos na arquibancada, posso dizer que somos muitos, não sei seus endereços ao certo nem seus nomes, não sei ao certo o que somos, se loucos por adoração ou se consumidores necessitando consumir o melhor espetáculo.
     
          Estamos lá sorrindo nos fazendo bobos alegres, a espera que o show comece. A irritação é clara nas faces humana, eis que esses desejam que o aventurado zelo do espetáculo à vista comece. 
     
      Desejam ser hipnotizados pelo mágico do atendimento, desejam se entregar ao ambiente, se entregar a musica da satisfação do seu próprio eu. Lá estão eles espalhados ou reunidos em grupos, fixados e avaliando o show, dando notas ou simplesmente pisando na cabeça dos seus alunos por falta de competência comercial. 
     
        Eu sou uma aluna agora, eu sei que não sou da arquibancada. Porém algum momento estarei nessa posição de público também, entretanto agora não é o caso. Estou aqui para aprender que meus professores (consumidores) ou me aprovam ou me reprovam em suas análises de aconchego comercial.
     
          Estava somente aqui observando e errei meu posto, eu sou o show, e lá estão eles, sendo nossos chefões, e fazendo de nós suas atrações. Claro, não são todos que curtem atirar pipoca nos palhaços, ou desvendar os truques do mágico falível. Vai da aceitação do público, alguns são mais rigorosos, outros nem tanto, aceitam o que for dado em mãos.
     
       Mas temos que ser realistas, eles nos alimentam, eles (consumidores) é que pagam o salário do Pedro, o salário de dona Maria, o do jovem Eduardo, e não o chefe propriamente dito. O nosso chefe é o consumidor, o cliente que vem visitar a casa do consumo.
     
        Ou se agrada o público ou se perde o público, e verá a falência de si a sua frente se não paparicar o consumidor. Se não acompanhar o ritmo da propaganda comercial você ficará para trás, aqui o ritmo não é dançar Black e nem pagodear, aqui se consome o suingue do melhor atendimento.
     
       Se não faço meus malabares, se não ando na corda bamba de vez em quando, se não entro na boca do leão, se não encontro o acesso mais rápido para atrair meu público, as arquibancadas se putrefarão à escassez do tempero consumista.

         E assim acaba o show no circo e desespera o público insatisfeito.

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